segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Mensagem da Nanda
Querido irmão:
Eis uma coisa que papai adoraria: participar das "novidades" do mundo, das invenções que o fascinavam. Internet é, ele diria, um barato!!! Nunca me esqueço da memória que ele tinha do dia em que, tão pequeno que ainda tinha pai, viu pela primeira vez a coisa chamada televisão. Ele contava como se se admirasse com a admiração da criança que ele próprio tinha sido. Dá vertigem pensar nisso, né? A memória é um lugar dos nossos mortos... Na verdade o lugar das coisas que não morrem jamais e que reinventamos sempre, como contadores da nossa própria história. E é preciso mesmo contar, sempre, sempre. Fazer alguma coisa com a saudade, porque as lágrimas secam muito rápido. As palavras demoram um pouquinho mais neste planeta tão pequeno no tempo tão longo em que navegamos.
Um beijo muito grande.
Nã.
Eis uma coisa que papai adoraria: participar das "novidades" do mundo, das invenções que o fascinavam. Internet é, ele diria, um barato!!! Nunca me esqueço da memória que ele tinha do dia em que, tão pequeno que ainda tinha pai, viu pela primeira vez a coisa chamada televisão. Ele contava como se se admirasse com a admiração da criança que ele próprio tinha sido. Dá vertigem pensar nisso, né? A memória é um lugar dos nossos mortos... Na verdade o lugar das coisas que não morrem jamais e que reinventamos sempre, como contadores da nossa própria história. E é preciso mesmo contar, sempre, sempre. Fazer alguma coisa com a saudade, porque as lágrimas secam muito rápido. As palavras demoram um pouquinho mais neste planeta tão pequeno no tempo tão longo em que navegamos.
Um beijo muito grande.
Nã.
domingo, 9 de agosto de 2009
Mensagem da Simone Brantes
Querido Marcos,
falei com a Fê depois da morte do seu pai, mas não com vc. Não sei o que dizer senão o que tentava dizer a mim mesma - as palavras com as quais eu tentava lidar com a perda - quando meu pai morreu. Me lembro muito do seu pai sentado no sofá ou à mesa do lanche, das suas conversas sobre o Marquinhos, das suas risadas que eram acrescentadas à conversa como uma espécie de comentário. Então, é isso, mando para vc um poeminha de quem tenta, dentro de seus limites, entender a morte. Um beijo. Simone.
Quem sabe a morte, no fim
das contas, seja uma coisa muito
natural, quem sabe rejeitá-la
seja algo, quem sabe, bastante
estúpido, algo assim como, quem
sabe, fechar o livro predileto
uma página antes do final.
falei com a Fê depois da morte do seu pai, mas não com vc. Não sei o que dizer senão o que tentava dizer a mim mesma - as palavras com as quais eu tentava lidar com a perda - quando meu pai morreu. Me lembro muito do seu pai sentado no sofá ou à mesa do lanche, das suas conversas sobre o Marquinhos, das suas risadas que eram acrescentadas à conversa como uma espécie de comentário. Então, é isso, mando para vc um poeminha de quem tenta, dentro de seus limites, entender a morte. Um beijo. Simone.
Quem sabe a morte, no fim
das contas, seja uma coisa muito
natural, quem sabe rejeitá-la
seja algo, quem sabe, bastante
estúpido, algo assim como, quem
sabe, fechar o livro predileto
uma página antes do final.
Assinar:
Postagens (Atom)