domingo, 9 de agosto de 2009

Mensagem da Simone Brantes

Querido Marcos,
falei com a Fê depois da morte do seu pai, mas não com vc. Não sei o que dizer senão o que tentava dizer a mim mesma - as palavras com as quais eu tentava lidar com a perda - quando meu pai morreu. Me lembro muito do seu pai sentado no sofá ou à mesa do lanche, das suas conversas sobre o Marquinhos, das suas risadas que eram acrescentadas à conversa como uma espécie de comentário. Então, é isso, mando para vc um poeminha de quem tenta, dentro de seus limites, entender a morte. Um beijo. Simone.

Quem sabe a morte, no fim
das contas, seja uma coisa muito
natural, quem sabe rejeitá-la
seja algo, quem sabe, bastante
estúpido, algo assim como, quem
sabe, fechar o livro predileto
uma página antes do final.

Um comentário:

  1. Querido irmão:

    Eis uma coisa que papai adoraria: participar das "novidades" do mundo, das invenções que o fascinavam. Internet é, ele diria, um barato!!! Nunca me esqueço da memória que ele tinha do dia em que, tão pequeno que ainda tinha pai, viu pela primeira vez a coisa chamada televisão. Ele contava como se se admirasse com a admiração da criança que ele próprio tinha sido. Dá vertigem pensar nisso, né? A memória é um lugar dos nossos mortos... Na verdade o lugar das coisas que não morrem jamais e que reinventamos sempre, como contadores da nossa própria história. E é preciso mesmo contar, sempre, sempre. Fazer alguma coisa com a saudade, porque as lágrimas secam muito rápido. As palavras demoram um pouquinho mais neste planeta tão pequeno no tempo tão longo em que navegamos.

    Um beijo muito grande.

    Nã.

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