segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Mensagem da Nanda

Querido irmão:

Eis uma coisa que papai adoraria: participar das "novidades" do mundo, das invenções que o fascinavam. Internet é, ele diria, um barato!!! Nunca me esqueço da memória que ele tinha do dia em que, tão pequeno que ainda tinha pai, viu pela primeira vez a coisa chamada televisão. Ele contava como se se admirasse com a admiração da criança que ele próprio tinha sido. Dá vertigem pensar nisso, né? A memória é um lugar dos nossos mortos... Na verdade o lugar das coisas que não morrem jamais e que reinventamos sempre, como contadores da nossa própria história. E é preciso mesmo contar, sempre, sempre. Fazer alguma coisa com a saudade, porque as lágrimas secam muito rápido. As palavras demoram um pouquinho mais neste planeta tão pequeno no tempo tão longo em que navegamos.

Um beijo muito grande.

Nã.

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